Crianças e animais domésticos estão entre as principais causas de conflitos condominiais
Seguir as normas internas dos condomínios é a melhor forma de evitar problemas
Os condomínios trazem a convivência entre pessoas diferentes, com diversos hábitos e culturas, e nessa relação podem surgir atritos. Mas para que os problemas não se tonem maiores que o normal é importante conhecer as regras de convivência que envolvem principalmente: os animais domésticos, as crianças, o uso de garagens, a condução de veículos e a inadimplência. E na gestão condominial, o uso de redes sociais pode ser um grande aliado.
Hoje é comum que os loteamentos fechados tenham se transformado em verdadeiros clubes, com piscinas, playgrounds e academias. Para a Diretora de Administração Condominial da regional do Secovi em Campinas, Kelma Camargo, isso permitiu uma grande interação entre vizinhos e áreas maiores a serem gerenciadas. Dessa forma é comum que conflitos possam surgir. “Quando uma questão afeta duas pessoas, temos então um problema de vizinhança. E quando afeta a coletividade, a responsabilidade passa a ser do condomínio”, ressalta Kelma.
Os condomínios têm problemas específicos, mas alguns são mais corriqueiros. As crianças, por exemplo, são sempre potenciais alvos de polêmicas, principalmente no que diz respeito à lei do silêncio. Além da questão do barulho é importante ficar atento à utilização das áreas comuns, para que não haja depredação e/ou mau uso. Para que elas possam se divertir à vontade sem vir a atrapalhar ou incomodar algum vizinho, muitos empreendimentos já investem na criação de diversas atividades de lazer que envolvam os menores.
Os animais de estimação geralmente são motivos de transtornos entre vizinhos. Vale lembrar que os empreendimentos não podem proibir nenhum tipo de animal dentro das unidades privadas, a menos que ele traga prejuízos para a coletividade no que tange saúde, segurança e/ou sossego. Mas é importante tomar alguns cuidados para não incomodar outros moradores, como usar o elevador de serviço ou, dependendo das normas condominiais, transportar seu pet no colo.
Outra questão está ligada aos carros e garagens. O tamanho das vagas diminuiu e com isso podem surgir problemas de estacionamento, manobras e colisões. É válido sempre tomar cuidado ao conduzir seu veículo, pois os condomínios não têm responsabilidade sobre essa área, considerada privada.
A época de crise é uma das maiores complicações nos condomínios pois há aumento na inadimplência e este assunto pode se transformar em infortúnio. Para o condômino inadimplente não poderá haver restrição ao uso do imóvel; ele só poderá sofrer cortes de benefícios (como perder o direito de participação e voto em assembleia).
Ainda existe a falta de preparo dos profissionais, como síndicos e assessoria, para lidar e administrar os problemas. O cargo de síndico se transformou, e hoje, quem mais decide a vida dos condôminos são eles próprios. A evolução mais nítida se dá no relacionamento pessoal. Atualmente, aplicativos de smartphones são utilizados até para resolver problemas de condomínio. “O uso de redes sociais para integrar os vizinhos e proporcionar um espaço de debates, sugestões e reclamações, se utilizada de maneira adequada, pode ser uma grande aliada da gestão condominial”, afirma Kelma.
Para ela, é preciso ter em mente que o gerenciamento de grupos de whatsapp, por exemplo, devem ser exatamente como a gestão de uma assembleia. Por isso, além de regras e seriedade no controle, é fundamental tolerância e respeito em qualquer tipo de relação